quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Feliz Natal

 
Feliz Natal (Joyeux Noëlé um filme franco, germano, britânico e romeno de 2005, dos gêneros drama, romance e guerra. É dirigido e roteirizado pelo francês Christian Carion, tendo como principais atores Guilherme Canet, Benno Fürmann, Daniel Brühl e Diane Kruger. (Link no IMDb).


Primeira Guerra Mundial, dezembro 1914, Natal. Nas trincheiras soldados franceses, alemães e escoceses tem um momento de trégua e sem o consentimento do Alto Comando Militar, saem de suas trincheiras, deixam seus rifles de lado e fazem uma confraternização de Natal entre os inimigos de guerra com trocas de presentes e disputas de partidas de futebol.


Aviso: Este artigo pode conter revelações sobre o enredo (spoilers).

Não há a menor dúvida de que a incrível trégua em 25 de dezembro de 1914, realmente aconteceu, mas ainda não estamos a par dos detalhes e extensões deste notável acontecimento em meio a um clima de tensão e ódio entre as nações europeias. Segundo o site Grandes Guerras existem muitas histórias individuais acerca de como o Natal foi iniciado; para a maior parte ele foi iniciado pelas tropas alemãs estacionadas de fronte às forças britânicas, onde a distância que separava as trincheiras era relativamente curta. Naquela época, muitos soldados alemães tinham, como era seu costume na véspera de Natal, começado a montar árvores de Natal, ordenadas com velas acessas, e desta vez foram posicionadas ao longo das trincheiras do Fronte Oeste. Em seguida foram cantados cânticos de Natal pelos alemães e os ingleses responderam com seus próprios cânticos. Um registro importante foi de Edward Hulse, um tenente dos Scots Guards, com 25 anos de idade, escreveu no diário de guerra do seu batalhão: "Nós iniciamos conversações com os alemães, que estavam ansiosos para conseguir um armistício durante o Natal. Um batedor chamado F. Murker foi ao encontro de uma patrulha alemã e recebeu uma garrafa de uísque e alguns cigarros e uma mensagem foi enviada por ele, dizendo que se nós não atirássemos neles, eles não atirariam em nós". Consequentemente, as armas daquele setor ficaram silenciosas aquela noite.
Os soldados britânicos e alemães descobriam ter mais em comum entre si que com seus superiores – instalados confortavelmente bem longe da frente de batalha. O medo da morte e a saudade de casa eram compartilhados por todos. Já franceses e belgas eram menos afeitos a tomar parte no clima festivo. Seus países haviam sido invadidos (no caso da Bélgica, 90 por cento de seu território estava ocupado), para eles era mais difícil apertar a mão do inimigo.
É notório que os soldados foram praticamente unânimes em expressar seu espanto com os eventos do Natal de 1914. Um alemão escreveu: " aquele foi um dia de paz na guerra; é uma pena que não tenha sido a paz definitiva ". No entanto, a reação dos comandos militares foi tão grande que precauções especiais foram tomadas durante os Natais de 1915, 1916 e 1917; os bombardeios de artilharia foram aumentados e aconteciam intensamente nessa época para evitar uma nova trégua. 
O filme tenta ser fiel aos acontecimentos históricos, ao mesmo tempo que busca retratar o front de uma maneira romântica. A maioria dos fatos são reais ou baseados em acontecimentos reais ao longo do fronte oeste. Dessa forma, podemos enxergar nesse tipo de situação uma compreensão do passado, e também pensar que o ódio e a matança não predominaram todo o tempo que marcou a Primeira Guerra. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário